sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Assim você chegou?

Assim você chegou, surgiu em minha vida em cartas abandonadas na encruzilhada… Que eu li sem medo, e me apaixonei logo de cara. Estava sóbrio, e continuava sóbrio quando escrevia a resposta. Tanta fumaça encobria seu rosto, tanto tabaco envolvia minha língua. A percussão de nossos corações ritmados, balançando em ritmos de êxtase. Mãos dadas dançando ao som dos “uh uh”, saudosos músicos que tocam melodias sacanas em nossas mentes,enquanto dormimos abraçados. Levados pelo embalo. Trancados em um cubículo suados, sujos e cheios de sacanagem. Amando vivamente. Cheirando os venenos mortais, fumando escondido. Pés descalços enterrados na areia da praia, Marias farinhas correndo livremente. Estávamos juntos. Não chore meu amor, Vamos para lá, jogando os braços e gritando bem alto, correndo da policia, Vivendo a vida.
Eu me lembro de suas cartas de amor, você estava tão longe… Tanta fumaça em seu rosto, dominando minha imaginação. Não sabia para aonde ir, fiquei sentado, Olhando para o sol pálido que gritava meu nome, e gravava em minha pele a sua cara como tatuagem. Era só uma ilusão, uma criação. E ali na encruzilhada eu deixei minha carta, para que um dia você pudesse ler, e saber que eu existo, e estou por ai. E você aonde esta?

Um comentário:

Dayane disse...

me lembrou tanto a Lispector esse texto :)