sexta-feira, 30 de abril de 2010

A sua vida

O que é a vida
a faca na bolsa
o cabelo novo
as tendências suicidas
as faces da lua
o beijo roubado e amigo
o que é a morte
a psicóloga, a vergonha
os beijos roubados e forçados
amargura, nó na garganta
um companheiro mórbido
e sólido como pedra
sozinho como cachorro vádio
salvar a vida de quem precisa
morrer na espera vazia
da melancolia

quarta-feira, 28 de abril de 2010

En Passant

não me arrependo de meus atos
passos dados ao alem
escadas en passant
escutando as melodias do vento
nas estradas da america latina
não culpo meus pulmões por chorar
mas é uma maldição
assim como o ouro de El Dorado
as visões dos espiritos sagrados
nos caminhos da perdição
vou morrer tranquilo em uma passagem astral

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Meus primeiros Haikais(1)

o amor gelado,
derreteu inteiro por não
deixar de ser calado

o dia é chato,
com a briza do mar,
lavando prato.

Assassinato é
deixar o poema fluir
e aflorar prematuramente

(sei que nenhum realmente tem estruturas "classicas", em nenhum dos três Haikais acima sigo por exemplo a estrutura basica de 5-7-5 as rimas tentei seguir quando interessantes)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Asas

Quantas vezes você tentou se matar
de chegar bem lá no fim
e puchar a alavanta
cortar a corda
estourar os miolos
quantas vezes bem lá no fim
você não fracassou?
pois então agarre-se a vida
as asas, abra-as e use-as para voar

A morte é certa

você vê doçura em minha dor
em meu sacrificio de carne
explora meus pensamentos
me doei de inteiro coração
mais cai em tentação
e no abismo
me afundei em vão
não tem volta, a morte é certa
de câncer de velhice
a morte é certa

Atos de pirataria

bato a cabeça contra a parede
prendo a respiração
me jogo do último andar
caminho lentamente para uma forca invisível
e o destino final é a morte sorrateira
uns se orgulham dos atos de pirataria
outros me chamam de fraco
mas cada passo dado, é um passo falso
fraco, em vão.
o I-ching disse, o taro tambem.
e agora?

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Princesa

Na montanha de fogo
era preciso sinceridade
mas sua língua ofídia
não cessava um momento
A princesa que tu eras
se concretizou,
nas rédeas do teu domínio
domou quimeras e amigos
envenenou a todos
vagarosamente
a mentira desmascara
o que é preciso ver.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Más Notícias

más notícias,
ando em crise,
dessas crises que todo poeta deve passar uma vez por dia
uma crise criativa...
não consigo terminar nenhum poema,
nem se quer ando conseguindo começa-los
essas crises passam
mas logo voltam
é o ciclo natural dos poetas
não escrever, não terminar
não publicar, não gostar
e por ai vai...

domingo, 18 de abril de 2010

Medusa

É medusa;
Ah morte me seduza,
Em pedra me destrua.
Seu brinquedo estático
me perco em um elástico.
Sua cobra maquiavelica,
Demónio vil e sádico.
Quero que me esqueça
E perca sua cabeça
Você não vê que se perdeu,
Ninguem quer ser o seu perseu.
E acalmar sua fúria,
Atenuar sua luxúria.

É Medusa;
Me conduza ao ódio,
Derradeiro em meio ao fim.
O escudo que usaste,
este feitiço,
de coração petrificado,
Aos olhos em revês,
do carinho desperdiçado,
ao amor estraçalhado.

É Medusa,
Erros não são eternos...
Mas a morte sim!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Insânia

as vozes que me falam
me empurram pras sombras
açoitam os meus pensamentos profundos
destituem a beleza e a ordem do meu ser
denegrindo minha imagem e semelhança, o espelho mágico
que racha e expoem meu verdadeiro reflexo.
os sussuros noturnos, os demonios soturnos
que me forçam a querer, a fazer.
minha força de vontade é testada, abusada...
os objetos sorrateiros, aparecem em minha mão
sem serem desejados
o fogo consome, a morte esfumaçada
recuso o delírio mortal
mas enfraquecido, caio em insânia

sábado, 3 de abril de 2010

LSD

na solidão amarga da espera
o doce, pulsa na veia
os pés na estrada,
o sangue deixado para trás
as lagrimas sofridas em vão
derramadas em pura alucinação
eu vejo espiritos ao meu redor
eu escuto vozes, fico em completo medo.
lá só dentro de fora a deixa dentro.
a dor de cabeça, a ressaca
a viagem de volta
lá só doutro lado de lá fora cá acolá
do arrependimento surge a raiva
do doce pulsando na vida
das cores pulando cerca
da agua do mar salguando as mentiras
das pedras em xareu pulando pra onde?
por onde?
o grito, na raiva, corto o ar com um soco

como se fosse um sopro, me ponho a caminhar
pensando em merda, fui pra outro lugar