terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quantos anos?

Acordei no meio da noite
Desesperado por não saber quantos anos tinha,
Uma poesia inteira se desfez
Em murmúrios de datas e idades,
Rimas completando as eras geologicas
Da vida medíocre e humana.
Afinal, havia esquecido a poesia...
E continuei a perguntar, quantos anos eu tinha.
Batia a duvida se estava vivo,
De quem eu realmente era,
Parecia alguem despertando em uma casca inteiramente nova.
Voltei a dormir com a vaga lembrança,
De ter 44 anos, e de que minha morte aparente estava próxima.
Mas afinal quantos anos eu realmente tinha?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

tornar-se-ia furacão

Longe eu vi
O céu avermelhar
Os relâmpagos amarelos
Rachar a abóbada em cacos chover
Sem forma se torna uma profecia
Sem gosto entorno um furacão
Função então sei não

Haikais(7)

A fantasia não me basta
Nem cigarro de seda
Enquando eu faço cera

Leões das montanhas
Negócios a parte, notícia antiga
Carniça perdida

Não entendo o enrredo
Tantos parágramos a esmo
Passando a página com o dedo

Haikai que se preze
Não faz sentido sagaz
Mesmo que se reze

Príncipe das estrelas

Príncipe das estrelas
Com seu crânio alongado
Sugando a energia vital
Das pulsares mais distantes
Comanda o deserto real
Da existencia humana
Controla nossas mentes
Com cristais brilhantes.

Sistemas decadentes

os mecanismos de defesa
orbitam os planetas arbitrários
sistemas solares decadentes
aranhas pedantes gigantes
minhocas espáciais
em buracos astrais
dobramentos cosmicos
relativizando o tempo
as ondas cerebrais
e ovos mexidos no café da manhã.