sábado, 29 de novembro de 2008

Uma tacada de sorte

Uma tacada de sorte
Um as na manga
Aquela baforada fedorenta
Daquele cigarro de palha
Quatro jogadores
Um pouco de sangue nas cartas.
Dinheiro sujo
E um pouco mais de cigarro de palha.
Uma bebida para esquentar
Nervos a flor da pele
Alguém assoviando no fundo do bar
Toda a tensão do pôquer
Da mulher apostada.
A derrota, a morte.

Recife(final)

Sou o maior dos poetas falidos
Sem futuro nesse chão batido
De terra massapê
Aonde a cana nasce em abundancia.
Sinto o cheiro fétido das ruas da cidade grande
O cheiro da maré cheia, do sargaço.
Oh Recife, Minha pátria...
Ergo minha bandeira da amargura
Com corda de loucura
Pronta para me enforcar.

Passeio de ônibus, pelo Cais de Santa Rita,
Escuto o baque repetido dos maracatus
Na grandiosa Rua da Moeda
Leio João Cabral de Melo Neto
Nos becos do Mercado de são José.

Nossas praias poluídas
De inestimável beleza.
Nosso endemismo popular,
Cultura miscigenada.
Ódio perambula nos olhos alheios
O pobre sertanejo severino.
Tantos caranguejos, oh Josué.

Recife não tem nada, não dá o ar de sua graça.
Para míseros guerrilheiros holandeses
A pátria nasceu aqui, ou em qualquer lugar.
Oh linda vista, tão poluída e asquerosa
Cheia de ratos e cobras,
Leões rugindo tão alto.
Nova Roma de fracos guerreiros
Que lutam por suas vidas miseráveis
No Bairro da Boa Vista...

Suas cores e listras tão vivas
Suas crianças, amantes.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Up The Iron

Eu não posso acreditar, meus sonhos de menino, vão se realizar... IRON MAIDEN, em uma cidade tão fétida e pequena como Recife... é impossível acreditar, mas ta no site oficial... “Que brincadeira de mal gosto” eu penso relutante... Mas minha cabeça explodida no teto do quarto mostra como isso é real, musicas como “Brave new world” estão ecoando em minha mente a algumas horas... uma musica mal falada como “Lord of the flies” ate uma musica desconhecida e sem noção ecoa em minha mente... qual vai ser o setlist? Quais vão ser as conseqüências? Eles vão tocar “Mother Rússia?” “flight of icarus?” “cought somewhere in time?”
Meu aniversario é só uam semana antes do show... e esse vai ser o meu presente mais perfeito... estar com meus melhores amigos, arraigados e pulando feito loucos ao som de “fear of the dark” gritando “up the iron” correndo de um lado para o outro, ASSISTINDO SIR BRUCE DICKINSON, babando MR. Dave Murray, Admirando todos os Irons...
A DONZELA VAI TREMER NAS BASES, QUANDO GRITAR “SCREAM FOR ME BRAZIL” E ESCUTAR UMA RECFE ENSURDECEDORA... recife não é a mesma, desde o show do Nightwish, eu não sou o mesmo, Mas Iron Maiden é outra coisa...
Cansei de escrever, e descrever minha loucura...
2 MINUTES TO MIDNIGHT todos cantando junto, e fazendo os “oh oh oh” caralho IRON MAIDEN EM RECIFE...
Fonte: www.ironmaiden.com

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Barba

Deixo meu cabelo crescer desordenadamente
Para mostrar ao mundo o quão descrente
Eu posso ser, ignoro suas leis.
Minha barba e bigode refletem
Claramente minha irresponsabilidade, preguiça e desordem.
Rôo minhas unhas, e cuspo fora.
Eu gosto da sociedade hipócrita
Que idolatra Narciso e seu espelho,
Que carrega a cruz da beleza,
E os pecados da moda.
Coço meu rosto, e observo as rugas ao redor dos olhos
Que reparo estarem vermelhos
Dou um sorriso e vejo meus dentes amarelos...
Ainda posso escutar o espelho chorar
Quando estou em outro lugar.

domingo, 23 de novembro de 2008

Droga!

DROGA!
Pisei na merda,
Eu vivo aqui!
Infelizmente,
Sociedade...
Fedorenta!
Aqui eu vou crescer
Ali eu vou vencer
Onde eu vou morrer?

(Não lembro quando eu escrevi, mas foi provavelmente em 2005)

Desejos

Gostaria de não ter nascido assim,
Quem sabe um personagem de um romance,
Uma poesia,
Uma palavra no dicionário.
Gostaria de ser um quadro
De Salvador ou de Picasso
Ou apenas uma gravura infantil.
Ate que gostaria de ser uma barra de chocolate,
Um prato de farinha,
Ou um Sushi.
Novamente gostaria de ser um personagem
Num romance “romântico”.
Uma poesia moderna,(anarquista)
Uma palavra desconhecida e fora de uso.
Também gostaria de ser uma escultura.
E as vezes me imagino solto no ar
Como simples pétalas de rosa
Queria ser uma sinfonia,
Uma musica
Ou uma simples melodia...

(Eu não sei de quando é, mas sei que eu estava lendo meus antigos cadernos de anotações e a achei... algumas alteraçõezinhas foram feitas... e em parênteses uma mudança singela e nem um pouco modesta)

O desabar

Você era uma pagina em branco
Que meu grafite não conseguiu escrever
Estranha, e bela...
Nem me parece, hoje,
Lógico, ter te amado tanto
Ter chorado em prantos
Você é uma mulher normal
Perigosa, e bela...
Daquelas que é difícil deixar para traz
Nem me parece interessante, amanhã,
Pensar em te recuperar,
Minhas entranhas dizem que sim
Meus sonhos, que não
Meus olhos ansioso não vêem uma parede branca
E meus pés não sentem o chão
Meus sonhos de amante, menino, poeta
Pedem perdão, mas eu estou, aqui, perdido
Sem saber como chegar até os seus dedos...
Domingo de noite, não quer dizer nada.
Escrevo agora como um trapezista
(não como um certo poeta que vive em mim)
Que tenta equilibrar-se no ar
Querendo desabafar, tentando não chorar

Entrem e sintam

Entrem e sintam-se melancólicos
Com copos de vinho e queijo gorgonzola
Mulheres dançando um ritmo quente
Cartas na mesa, sangue no chão.
Nostálgicos sons entram em sua cabeça
Que está prestes a explodir
Você quer, mas não consegue sair daqui.
Moribundo, suicida.
Mesas de conversa fiada
Poetas desgraçados e caídos no chão
Junto ao sangue derramado
Bebem da fonte do desespero humano
Escrevem trechos maldosos Sem sentido,
Eles não querem ser estudados
Nem regulados, querem morrer em paz
Deitados na sarjeta, sujos de cinzas de cigarro.
Escrevem por serem egoístas,
Por não quererem acordar,
Viver num mundo de idéias,
Que só eles entendem...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ervas Daninhas

Nós agora somos desconhecidos,
Inimigos.
Somos feras num aquário reduzido
Em amostra.
Nada alem de cobaias em laboratório
Vivendo distantes
Sem gosto de carne, sem beijos amargos.
Somos meros acasos
Descomunais movidos ao vento.
Fim de mês
Fim de contrato, o diabo já volta.
Fitando olhos alheios
Namorando o inevitável.
Me peguei de supetão,
Pensando, sonhando, com a faca na mão,
Devaneios perigosos.
Pelo destino amoroso
Nós somos distantes um do outro.
Vivemos alheios no meio da linha do trem
Separados pelas ervas daninhas
Que se alojaram no meu coração.

Recife(partes)

...
"Oh Recife, Minha pátria...
Ergo minha bandeira da amargura
Com corda de loucura
Pronta para em enforcar."
(a segunda estrofe de alfgo maior)
...

Uma parte de algo escrito a pouco... Mas a primeira vez que eu, me decidi por analisar um texto meu com calma, e escrever mais... Afinal eu moro nesse lugar algo mais interessante eu tenho para falar.

Uma lembrança (para Dayane)

Quando precisares
Olhe para o leste
Assista o sol nascer
Espere a estrela áurea
Tocar sua pele
Dê um sorriso
Derrame uma lagrima.
Lembre-se de como é estar viva.
Quando precisares
Olhe pro sul
Observe as aves migratórias
Que levam seu amor
Para aquecer o Norte.
Quando for preciso
Olhe o sol morrer
Pois não existe maior agonia
Que saber que todo dia acaba.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Cada Lugar na sua Coisa (Sérgio Sampaio)

um livro de poesia na gaveta não adianta nada
lugar de poesia na calçada
lugar de quadro é na exposição
lugar de música é no rádio

a dor se vê no palco e na televisão
o peixe é no mar
lugar de samba enredo é no asfalto
lugar de samba enredo é no asfalto

aonde vai o pé arrasta o salto,
lugar de samba enredo é no asfato
aonde a pé vai se gasta a sola
lugar de samba enredo é na escola

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Campinas, São Paulo

As lembranças que posso ter guardado em fotografias envelhecidas, escondidas em uma caixa. As brincadeiras da infância, os amigos, as casas na árvore. O pomar da Jatobá, quando eu ficava sujo de lama. Quantas coisas eu não esqueci, e nem ouso abandonar. Não passo de um menino, que ainda chora de saudades. Dos meus cachorros e gatos, dos velhos que tanto trabalhavam ao meu redor. Eu era uma criança solitária, ou deveria ter sido. Aquelas ruas silenciosas que rodeavam a UNICAMP, os passeios e as amoras. Tudo o que vivi aquilo que senti. Falta de um pai, amor por uma mãe rigorosa. Raiva dos bonequinhos guerrilheiros lutando uma guerra a muito vencida pela minha imaginação. Sinto falta.
Hoje, está tudo tão longe! Momentos mágicos, alegrias, pessoas inesquecíveis.
Poucos anos e muitas lembranças, gostosas. Campinas, São Paulo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O ato de adorar

Adoro-te,
como pedras rolando colina abaixo
em direção do mar,
aonde as pedras quebram
como a fúria dos deuses
esquecidos em bibliotecas
queimadas em fogo eterno!

domingo, 16 de novembro de 2008

Vidas voando

Irei observar o tempo mudar
Tempestades e calmarias
Acompanharei o curso do rio
Dançarei a cada mudança de maré
Cada Furacão, Tsunami...
Dedico minha atenção
A cada tremor de terra
Todas as vidas voando
Para o inevitável
Como o riscar de palitos de fósforo.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Camila

Você me fez o bem
Tratou-me alem
De um simples menino.
Ensinou-me o beijo amargo
Da despedida dos dias tristes
Éramos estranhos um com o outro
Rancorosos que dava ódio
Amorosos que dava dó.
Quem viveu ao nosso lado
Sabe o que é ser esquecido
E lembrado na hora do desespero
Que naquele enterro
Lagrimas não conseguiram lavar.
Você mulher foi especial
Inesquecível.
Longas férias na casa da avó
Sonhos loucos, e um pouco tristes.
Sinto sua falta,
Da amizade dos abraços
Juro que nem lembro
O tom sarcástico de sua voz
E o mimo de seus carinhos.
Não peço nada de volta
Nem quero que traga a tona os sentimentos
Outrora esquecidos, escondidos.
Já faz um lindo ano, amanheceu um novo dia.

Quem vai me acompanhar

Quem vai me acompanhar
Ate o fim do mês
Sem reclamar
Do dia a dia
Da falta de agonia
Com uma leve apatia
Escrevendo coisas iguais
Que reprimem o mesmo sentimento?
Quem meu deus, vai me acompanhar
Ate o fim da vida
De mãos dadas
Caminhando juntinhos
Dormindo pelados
Amando o dia.
Quem vai me agüentar quando eu sofrer
Da bipolaridade viva do meu ser
Que arrasta meu divertimento
Draga minha lógica
Estraga meu amanhecer?
Quem vai agüentar as dores de cabeça
Os enjôos e ressacas
As faltas de vontade
E as vontades loucas de gritar dentro de casa.
Esqueça mulher, eu não falo de você!

Sarah

Pequena companheira de
Brincadeiras, risadas
Teu sorriso é tão lindo
Que não consigo comparar
Nem a lua nem ao mar.
Es tão inteligente
Que se irrita por não saber falar
Mas chama a atenção ao chorar.
A coisa mais incrível
Foram os oito anos, distantes e estranhos
Que me separaram do seu pai,
Você veio e trouxe luz
Um pouco de esperança,
Guiou uma jornada ao fim
Ato justo.
Te conheci a pouco tempo
E te amarei eternamente.

Nota: mesmo sendo da família é um amor que eu tive que “escolher”. Quem me conhece sabe o quanto eu sentia falta, e eu poderia ter continuado a ser orgulhoso e ter me mantido longe e nunca ter conhecido você.

A saga dos poemas "mulheres" começa aqui

Vou começar uma seção de poemas, que falam das mulheres da minha vida, amigas amores, mãe e avó... como foram importantes, ou ainda são. Por que me decidi fazer isso? Não sei, tive vontade, e vou concretizar por estar com vontade também.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

o Palhaço

Toda aquela maquiagem
Mostrando aquele sorriso sincero
Jogando os malabares pro alto
Fazendo todos rir de sua aparência
De seus atos.
É uma linda atuação
De quem não tem nada a perder.
Iluminando o dia de uma criança
A alma de um velinho
Ele não se importa.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O sonho de todo homem

O sonho de todo homem é ser canalha
Viver num completo ócio
Folgado de cueca, gritando pela cerveja
Esparramado no sofá assistindo tevê
Coçando o saco, dormindo um pouco
O Sonho de todo homem é ser amado,
Agindo feito babaca,
Falando alto, sendo um completo idiota
Comendo tudo, bebendo todas.
Pegando todas as mulheres que passam na frente
O sonho de todo homem é ser chamado de Macho
Perceber que ta tudo errado
E levar os erros adiante, metendo o dedo no nariz
Sujando o banheiro

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Rua Paulo Inojosa

Estou em uma rua deserta
A um bom tempo
Encostado num muro baixo
De uma casa popular
Estou fumando um cigarro
Tem dois postes na minha frente
Um ilumina e outro representa o progresso
Alguns carros estacionados
O som de uma festa
Pessoas falando alto, musica rolando
Não vejo ninguém.
O cigarro acaba.
Volto ao normal

Deuses e(ou) demonios

Ando tão sozinho
Que não sei a quem recorrer
Já me falaram que não sou deste planeta,
Mas até hoje não achei meu disco voador,
Nem sei aonde encontrar o famoso Ashtar
Para fugir daqui voando para longe.
Nos meus sonhos vocês aparecem para mim.
Deuses e demônios, o que são vocês?
Você mulher me veio semi-nua,
Com seios fartos, um corpo escultural.
Porem eu não vi o seu rosto, quem é você?
Vestida de azul e branco, por que me visitas
Em sonhos molhados?
Em certo pesadelo alguém me acordou
E me disse assim
“Estamos aqui observando
Vire-se devagar, olhe nos nossos olhos
Es um enviado dos céus
Pare de vagar como um completo desconhecido
Entre em contato, voltaremos para lhe acolher.
Destrua a humanidade, mate todos
Tens a permissão para tanto
Se oponha a tudo, rasgue sua carapaça
Transforme-se em quem deve ser.
Volte para casa.
Pois ela é aqui em cima.”
Sou do povo de shan Ou um completo idiota?
Seres astrais, ou orixás.