segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Parei de escrever, passei a recitar

Escrevo por pura força do habito de pegar a caneta e perfurar o papel
Escrevo por necessidade, não por vontade
Eu odeio escrever
Mas mesmo assim estou eu aqui novamente
Escrevendo o milésimo poema da tarde
O bilionésimo verso do dia
Escrever para as estrelas
Para as nuvens
Para mulheres e amigos
Preciso escrever e manter-me atualizado com minhas próprias idéias
Não posso deixá-las escapar, nenhuma!
Mas eu odeio escrever!
E por isso passei a recitar mais meus poemas em vez de escrevê-los
Em vês de guardá-los em papeis que um dia vão rasgar
Recito versos para o vento levá-los para longe
Para que muitos possam escutar
O vento se agrada e nunca para de soprar
Para longe de mim
Meus poemas esquecidos
Meus versos renegados
Não quero mais guardar tanta porcaria,
Papeis juntam poeira
E eu não quero ter que limpar
Sou preguiçoso
Por isso parei de escrever, parei de recitar
Mas preciso voltar, pois parei de viver.

Seu nome é Patrícia

Seu nome é Patrícia
E a muito te conheço
E por te conhecer, te odeio
Cada dia mais, te amo
E a cada momento despendidos
Percebo o quão arrogante sou
Sou fraco e menino
Sou alcoólatra e amante
Você já foi uma espécie de porto
Aqueles que a nau atraca
Sem se preocupar com as tempestades
Mas esse porto ruiu!?
Não sei dizer, não sei explicar
Talvez nem queira, talvez nem deva
O amor transcendental é minha poesia mais criativa
Mas sempre escrevo mal sobre esse sentimento
Que deveras me confunde, me ilude
Não foi a primeira, e não é a ultima
Mulher a pisar nos solos áridos de meu caminho
Uma grande mulher
Uma verdadeira conhecedora de poesias
Uma verdadeira adoradora das porcarias que escrevo.
E é para ela que eu escrevo estes versos
Pois ela merece, nem um pouco a mais, nem um pouco a menos
É de você que eu preciso em minhas horas de angustia
Mas é na amizade que persisto em acompanhar-te
Sofrendo um pouco mais
Chorando sempre que posso
Patrícia é o seu nome, amiga, amante mulher!

Poema meloso

Você não precisa de mim
Então tente me esquecer
Deixe que a solidão faça seu trabalho
E a escuridão aposse-se dos meus sonhos
Tente evitar chamar meu nome
E não me faça de palhaço
Pois a muito já fui um desses
Que acredita em tudo que dizem
Sentimentos são eternos
Então não brinque com eles
Faça-me um favor
E que esse favor seja brando
Guarde na memória quem és,
E não se esqueça disso.
Quem sou, e para onde vou
O que faço e deixo de fazer
Jogue fora na lata de lixo mais próxima.
E viva sua vida sem amargas derrotas
Viva alegremente como se nada tivesse acontecido
O céu vai ser sempre azul, e o mar varia de cor
Então você escolhe,
O que quer ser.

sábado, 28 de novembro de 2009

Nuvens

Era o amanhecer
E dois homens costas com costas
Falavam pelo céu
Coisas realmente lindas de se ouvir
O da direita se curvou
E o da esquerda engordou
As nuvens se misturaram
E tudo foi mudando
Forma a forma
Caveira, cabeças da ilha de páscoa
Rios torrenciais, e um lindo campo de flores
As nuvens fazem isso com a mente de um homem sonolento
Prestes a entrar no mundo dos sonhos
Ele sonha acordado sonhos de criança
Vê dragões e valkirias batalhando sem motivos
Neste vasto céu
Cavaleiros templários e santos no altar
Sonhos de criança
Sono de um adulto prestes a começar.

Reflexão

Não sei se isso é amor
Por que a muito tempo
Me acostumei com a solidão
Vejo as cartas do taro
Dizendo coisas importantes
Mas não sou capaz de entender
O verdadeiro significado
Da dama de preto
Se é amor ou se é a morte
Que se aproxima lentamente.
Pois sei que acontece dessa forma
Mas preferia procurar por explicações
Mais complexas.
Acredito que tudo se resuma
Nestes dois aspectos tão pequenos,
Mas não creio que este seja o sentido da vida
Pelo qual procurei durante tantos anos
Perdi no tempo das minhas memórias
Todas vocês que fizeram parte da vida.
Como uma peça de teatro
Encenada de forma tão amadora,
Eu gosto de pensar que seja mais simples do que minhas lembranças embaraçadas,
Mas realmente não chego a conclusões plausíveis
Se o que vem primeiro é a morte do corpo
Ou o eterno amor da alma.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Quem você pensa que é

Quem você pensa que é
E tratar meu coração assim
Nem em tantos porres
Fui tão maltratado
Nem pelos cigarros que me prendem
Como escravo, possessivos
Fui tão destratado e abandonado
Quem você pensa que é
Para jogar fora a chave das correntes
Que aprisionam meus sentimentos
São em tantos erros
Que eu não posso perdoar tamanha negligencia
De te amar

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O sol e a Lua

Quando o sol magoou a lua, e dela se afastou
Toda a humanidade chorou, pois sabia que estava condenada
Passou a dividir o dia
Em
A parte do enfurecido avermelhado, e a parte da dama prateada
E sonhou no dia em que eles se juntariam novamente
Ate que, o eclipse apareceu
E todos pensaram como era lindo o amor
E o eclipse, logo se desfez
E a humanidade parou de sonhar com tamanha besteira

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Poeta Anarquista 13 (para Patrícia)

A Poesia tem caráter desmascarador
Escancara para olhos distraídos
Observações interessantes
Destrava crises de riso
Marca a ferro quente a amizade formada
A poesia escancara a mentira do mundo
Quando diz que é fingidor
Escancara a hipocrisia do mundo
Quando diz apedrejar essa mão vil que te afaga
Escancara a lealdade
Que no fundo não passa de vaidade
A poesia junta e afasta
Os desavisados acham que os poetas
Gabam-se de seu vocabulário requintado
Os cientes tornam-se contemplados com suas palavras
Sejam elas de amor, tristeza ou ate as palavras de obscura melancolia
Poesia e poeta andam juntos
Espantando todo tipo de monstro
Amigo ou ladrão
Aproximando todo tipo de louco
Princesa ou dragão.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Poeta Anarquista 12

Uma sombra minha
Mascarada e escondida
Revelando todas as verdades
Alternando a realidade com o absurdo
Poeta anarquista
Escrevendo poemas surreais,
Cheios de sentidos lisérgicos
Depois de tanto chorar
As magoas das rimas trabalhadas
Dos versos estruturados
Percebo que é muito esforço
Basta deixar tudo fluir
Que grandes poemas surgem
Do nada, do nado, do tato
Surgem surgindo,
Aflorando de estômagos vazios
Poesia anarquista que infla a vida

Viver a vida

Viva a vida intensamente, e não esqueça jamais da poesia interna que nos alimenta e nos mata de fome...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Poeta Anarquista 11

Chega de shakespeare
Não quero ler mais Fernando Pessoa
Nem recitar “versos íntimos”
Tenho que parar de decorar “dos três mal amados”
Sim, "Ismália" está no céu e no mar
Mas um poeta anarquista
Nunca pode esquecer
De continuar a escrever
Suas próprias odes
Inventar seus próprios heterônimos
Recitar seus próprios poemas
Poesia não é no papel
É no ar, rodeando a cabeça de quem escuta
Poesia anarquista é aquela sem rima
Nem verso de tinta
É aquela que acerta a boca do estomago
Dá aquele nó na garganta
Esqueça shakespeare
Esqueça Baudelaire
Esqueça Rimbaud
Esqueça Drummond
Esqueça todos os heterônimos
Mas não esqueça o poeta interior
Quente como vísceras em fogo
Poesia anarquista é aquela que acontece
Não se esquece