sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Defunto vivo

Morto pelo o quê ninguem sabe o porquê
Vivendo no escuro mundo do esquecimento
Negro de camisa azuis, meias brancas como nuvens do céu
Arrancado do solo fertilizado, pelo seu suor e lágrimas
Depois de 3 anos e 8 meses desenterrado inteiro
Vivo em pedaços de lembranças trágicas
De moribundos transeuntes, vagabundos assaltantes
Acabou o sono de beleza
Pele intacta cabelos arrumados e engomados
Levante e ande!*

*verso inicial da musica "sopa de samba" do compositor Glauco César II

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tártaro ao longe

Quando a noite revela os segredos da ida
Ao completo esquecimento, treme a vida
Que teme existir por completo perdida.
O peso das lagrimas estranhas
Que cobrem rostos esbranquiçados,
Pelo medo e a dor, em completos transes diurnos.

Morpheus me abraça e me leva contigo
Carrega esta pária desalmada para os becos do sonhar
Onde as cores lisérgicas saltam
E os fluxos sonoros desenham lindas figuras inimaginárias
Em meus tímpanos desprotegidos.
Sangro vagarosamente em meu leito de morte
Enxergo o tártaro ao longe...
Vivo atormentado pelos fantasmas
Da vida seca e gelada
Que levo aqui em pleno acordar

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Haikais(8)

A lágrima vai
Lavar o homem
O passo dado em esquecimento cai

O diabo carregava o terço
Brincava com o mundo
Como se fosse mudo

Explosão sentimental

Explosão sentimental
Gritos alheios de superioridade
O que leva um homem a achar que é melhor do que o outro
Sua posição social
Sua arrogancia inerente
O mundo converge ao cataclisma social
Não existe mais uma relação interpessoal
Jogaram fora o amor mutuo
No nucleo da bomba H
Holocausto racial
A santidade inegavel dos homens sem comida
Sem agua e sem respeito
Em brigas descomunais
Com o dedo apontado no peito
Deus riu de vergonha
Sua imagem e semelhança
Destruindo-se por orgulho
A vida inteligente acabou

Poesia anarquista 19

Onde escondeu-se a poesia
Empoeirada no canto da parede
Que eu guardava para a poesteridade
Esquecida na dor que um dia esvaiu
Das mãos fracas do sábio ancião.
Onde coloquei o livro
Que demorei a vida para escrever?
Meu filho nasceu
O folego abriu
O menino chorou
E quero ler ao mundo, fazer brilhar o poema
Eclodir no dia e ecoar no mundo
Uma louvação ao nada
Pois a miséria dos meus pensamentos
Encontrou um solo fértil
Para plantar esperança
De tanta coisa dita em vão
De tantos prantos em adoração
Pagã de coisa futil
Poemas congelados
No vacuo de um acontecimento

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sarah os corações

Sarah os corações abandonados
com seu olhar de princesa
e seu canto angelical.
seu jeito de criança sapeca
encanta os loucos da avenida central
pássaros e brinquedos
fazem parte do seu reino celestial
sua face dominical
alegra a passagem terrena de qualquer mortal
trouxe paz aos desesperados
irmãos e amados
neste mundo bestial