terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A Liberdade

A liberdade
Não é uma bandeira
Nem ter a chave do pensamento.
Liberdade não é ter leis, e edifícios monumentais
Cabeça de cada um é livre
O chão imundo e cheio de mendigos
Vivendo a independência
Liberdade não é ter mentes pensantes
Liberdade é ser vivant
Não adianta gritar para os pais
Bater o pé
Correr contra o muro escuro
Liberdade é cantar canções
Que venham do fundo da alma
Beber do melhor conhaque
E fumar um belo charuto
Liberdade é dormir de cueca!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Criação

As portas estão trancadas
Como os olhos estão cerrados
Os fios tecidos pelo destino
Presos na raiz da arvore da vida
Estão soltos, estou livre
Esqueci a palavra, sei que era um verbo
Agora sei
Foi abandonada a criação

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Garras do desejo

As garras do desejo
Estão cravadas em meu peito
Arrastam-me para a tentação
Indagam minha sanidade
Vasculham minhas lembranças
Meus sentimentos confusos
Obscurecidos por nuvens escuras
Tempestuosas, cheias de energia
Sou uma bomba relógio
Que só pensa em fornicar
Nada alem de desejar
As garras do desejo são cruéis
Subjugado, humilhado
Não passo de um amante vagabundo

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nos reinos do esquecer

É horrenda a estadia nos reinos do esquecer
Sou Poeta, o sozinho
Estranho jubilo melancólico
Que encontra a morte
E beija a face da escuridão
Olhos esbranquiçados
Onde a luz não atinge
Trevas não dominam
Nem medo carrega
O sorriso amarelo e amargo
De nascença e de burrice
Pés e mãos atados na corrente
De um mar enfurecido
Estou esquecido
Perfurado por lanças
Meu maior pecado
Sanguessuga, carniceiro
Sou Poeta, o menestrel
Que canta a loucura
E procura um abrigo
Ensandecido, fedendo a sangue
Sangue de meus dedos
Arrasados nas paredes solidas
Do pensamento.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Vai aparecer

Conversas intermináveis
Com sombras pintadas na parede
Palavras desconexas
Olhos vidrados no espírito andarilho
O medo de não reconhecer
Aquilo que aparecer
Conversas interrompidas
Por forças não naturais
Sombras andando livremente
Um caminho sombrio
Olhos cegados pelos espíritos do mal
A vontade de correr, a força para morrer
O medo de não reconhecer
Aquilo que vai aparecer.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Rosa e a Dançarina

Dançarina de olhos verdes
Mexe-se com tanta leveza
Que meus olhos não se canção de olhar

Sorriso radiante que me dera
Transforma os olhos em diamantes
Retira o libido e me entrega felicidade

Rosa vermelha, magnífica
Eras só um botão tímido
Hoje cheirosa

Pois seus espinhos, não machucam minha mão
Não alcançam meu coração
Mas não evitam a lagrima teimosa

Dançarina, cigana, Menina, mulher
consegues mexer com minha imaginação
enches de paixão o meu dia

Juntos aprendemos a admirar os sons do coração
Enchemos nossas lembranças de canções
Inesquecíveis, oh dançarina.

Rosa amarga, companheira
Faz de sua vida, uma simples estadia
Encanta de beleza a mais pura realeza

Tão nova nasce, pra tão nova morrer
Leva contigo o perfume
Para nunca mais se esconder.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Repouso

Com o repouso da mente
Caminho com minha casa empacotada
Agarrada em minhas costas
Vejo os dois corvos voarem em direção aos céus
E acredito que ainda exista esperança
Para uma terra de miseráveis
Fardados a lutar pela sobrevivência
Elevado, sou capaz de perceber tudo ao meu redor
Hoje existem poucas fogueiras acesas, e muita fumaça no ar
O ar está congelado, assim como nossos corações
Mergulhados em desespero e lagrimas
Mas continuo olhando os corvos voarem, e sei
O vento é uma mensagem
E nós esquecemos como ouvi-la
Só sentimos que ela passa e vai embora
E que nunca mais iremos saber.