segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Comemorações Hipócritas

Estamos tão cheios de comemoração nessa época do ano, comemorando nossos salários altos. Presenteando quem amamos, gastando nosso esperado dinheiro. Somos hipócritas num mundo onde as pessoas são tão boas uma com as outras... Chega tenho uma vontade incontrolada de rir, dessa situação constrangedora. Natal, ano novo. Vamos levantar os braços e comemorar o nascimento do menino Jesus, comemorar 365 dias bem vividos e cheios de lembranças vivas. Vamos gastar nosso suor, e utilizar nosso melhor vocabulário para desejar afetuosos votos de felicidade. Volto ao ponto da hipocrisia, onde todos se tratam tão bem. Vivemos em nossas cascas, aonde ninguém chega, ninguém toca, só arranha a quitina. Somos tão fortes e orgulhosos, volto a minha falta de educação de não conseguir segurar a risada destes momentos incríveis. FELIZ NATAL, FELIZ ANO NOVO. Há, te peguei... Não lhe desejo nada disso, lhe desejo dinheiro, para que possa ter saúde e felicidade no próximo ano, que vai chegar e passar como se não fosse um amante, como se não fosse ninguém... Trate-o como tal, como um dia normal.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Nascido, Descoberto, Morto

Sou nascido do couro,
Criado com sangue,
Alimentado com palavras
Adestrado com leis,
Imobilizado pelo dinheiro
Carregado pelo vento
Encoberto de desejos
Liderado pelos olhos
Cobiçado pelo chão
Querido pelos pássaros
Detestado pelos lobos.
Descoberto pelo homem
Amado pela mãe
Embebido por veneno
Embriagado de emoção
Vivido de lagrimas
Levando um coração.
Calçando o desequilíbrio
Vestindo a desilusão
Bebendo melancolia
Respirando satisfação.
Viajando pelo tempo
Caçado pelos predadores
Servindo de alimento aos hipócritas
Voando pelo mundo
Construindo meus sonhos
Destruindo meu passado
Morrendo de velhice
Sufocado pelas lembranças
Amargurado com você
Entristecido com os deuses
Aborrecido com o sol
Admirado com a lua
Satisfeito com os dias que demoraram a passar.
Envolvido pelo conhecimento que me trouxe ate aqui.
Morto pelo céu...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Vermes

Olha os vermes, que comem nossa carne
Dilaceram nossos olhos
Quando não estamos mais aqui, para usá-los
Sugam nosso sangue, deliciam-se com nossas fezes.
Olha os vermes famintos, destruindo nossos dedos
Bebendo nosso suor...
Nossa alma fica intacta?
Intocada pela impureza de seus dentes?
Não caminho mais nem sinto a brisa marinha.
Parei de respirar, sem perfumes.
Esqueci de olhar o encontro do rio com o mar
Não lembrava mais como sorrir
Não sabia mais o eu era viver.
Os vermes tiraram tudo de mim, levaram tudo
Alem do paraíso.
Não tenho mais moradia.
Nem esperanças.
Tenho um nome, que foi deixado para traz,
Esquecido outrora, na curva de um rio.
A estrada que trilhei, não sente meus pés.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Dayane

O solo de sax, que embriaga minhas noites.
As notas do piano, que embalam meu sono.
Os acordes de um violão clássico, que por ventura animam meu dia.
Os estrondos dos tambores, que aceleram meu coração.
As flautas animadas, que me fazem dançar.
A musica de minha vida... É você

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Os poetas

Os poetas quando nascem, trazem consigo lembranças de outras vidas, de sua estadia no purgatório, seus medos mais intensos. Quando imortalizam suas palavras em versos perigosos, sabem que entrarão em colapso. Na grande maioria das vezes só querem dizer adeus, já estou indo.
Por que os poetas, malditos, morrem cedo, amaldiçoados, condenados a sofrer. Sem nem entender o porquê de terem vindo ao mundo, e de terem tanta fome de mostrar a ele o quão confusos estão. Eles sofrem por saberem que vão sempre ser palavras juntas em versos sujos. Constrangidos por um estilo de vida confuso, coagidos a agir de forma estranha, por não quererem cortar o cabelo, por fumarem escondido, por encher a cara, por Simplesmente por tudo e um pouco mais em pautas estreitas de um caderno entediado e rabiscado.
Os poetas querem dizer a você que o gosto agridoce da loucura é embriagante, gostoso e vicia. Por saberem que o tédio domina e pode ser capaz de suprimir a criatividade. ÓCIO os poetas gostam de ócio...
Sabe aqueles poetas que acordam tarde, tomam uma xícara de café tão grande que qualquer outro mortal, só voltaria a dormir no dia seguinte, mas eles voltam, dormem até o anoitecer. Suspeito, que os poetas não sejam nada além de carne e osso, como entendem tão a fundo as dores do homem, e a exibem de forma tão teatral, eu não sei, e talvez nem queira entender o porque...
Os poetas são palhaços estranhos, risonhos, que aparecem nos pesadelos.
Os poetas são Poetas e ponto final, sem explicações... Adeus! Já estou indo...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Pedagogia da autonomia (Paulo Freire)

"Se sou puro produto da determinação genética ou cultural ou de classe, sou irresponsável pelo que faço no mover-me no mundo e se careço de responsabilidade não posso falar em ética. Isto não significa negar os condicionamentos genéticos, culturais, sociais a que estamos submetidos. Significa reconhecer que somos seres condicionados mas não determinados. Reconhecer que a História é tempo de possibilidade e não de determinismo, que o futuro, permita-se me reiterar, é problemático e não inexorável."

domingo, 14 de dezembro de 2008

Domingo à tarde

Domingo à tarde, umas cervejas, uns cigarros, uns bocejos.
Você sabe que é domingo, quando espera a segunda-feira chegar desesperado, rancoroso... Espera seu trabalho orgulhoso, de sua mecânica angustiada, Sua vontade louca de ser alguém, quando não é ninguém. Você sabe que é segunda-feira quando o domingo passou, e nada fez. Ficou sentado sozinho em uma rede, lendo um livro que outrora fora esquecido nas prateleiras de poesia de sua casa, tão estranha hoje. Você sabe quando a sexta-feira chega quando olha nos olhos alheios e encontra felicidade. Ela passa tão rápido quanto todos os dias, o único dia que você não acorda esperando o dia de amanhã, sonhando com o ontem. Mas hoje é domingo, estou sozinho, tremendo de frio. Pois é quase noite e eu não coloquei uma roupa, não sai do quarto, não beijei ninguém nem darei boa noite quando For dormir. E o ciclo é uma constante física anormal e sem graça.

Cortejo

Esse cortejo venenoso
Onde a promiscuidade
Dos olhos alheios dançam
Em seus seios fartos.

Perdição, fome da carne,
Quero sentir a carne rasgar
Sob meus dedos, ligeiros.
Quero beijar seus lábios
Quero sentir seu perfume
Seduzir você a morte.

Trazer pro meu cubículo
Toda essa decência
Essa estranheza
Esses desejos de alma
Essa vontade de te cortejar
De te amar.

Eu sou apenas um homem
Você uma linda mulher
Quero amar suas entranhas
Segurar seu cabelo
Beijar sua face.

Venha ate mim, sinta
Deseje meu corpo
Humano, nem um pouco divino
Toque meus músculos
Sinta-se atraída pela força
Delire com minha sujeira
Sinta meu regozijo por você.

Que alegria inebriante
Respire o mesmo ar que eu, viva comigo
Sinta meus olhos pousarem em seu sexo
Sinta-se possuída, querida.
Oh minha querida.

A nossa vida não é só isso
Nossa alma não quer mais álcool
Nossos pulmões nem um pouco mais de tabaco
Queremos mais vida, mais amor.

Contemple meus olhos

Contemple a escuridão em meus olhos, perceba que não existe brilho nenhum, perceba que eu não te amo, perceba que sou puro ódio, analise meu rosto sem expressão, sinta o cheiro da morte. Sinta o gosto de pólvora, use seu tato e sinta as agulhas da pele,use sua visão para me ver no chão, Derrotado. Eu lhe convido a valsar essa loucura, cavalgar esse medo, destruir a racionalidade.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Elemento Vital

Eu nunca sei se este é o ultimo sol que vou desfrutar em minha vida, por isso tenho que aproveitar cada partícula, minuto, segundo. Tenho que viver não como se estivesse fazendo fotossíntese, Mas sim como se eu fosse a fotossíntese, um elemento vital para a vida. Rir e lutar todos os dias devo advertir aos poucos que se admiram pelas bobagens que eu posso redigir, que não se preocupem. Eu vou viver, e quando morrer, não vou baixar a cabeça irei olhar o horizonte me chamar e sorrirei ao novo dia.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Bêbado amargurado

Sou um bêbado amargurado
Arrependido pelo alcoolismo do pai
Tive ancia de vomito
Asco mortal
Me arrependo de muita coisa
Mas nem tudo é normal

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Azedume (los hermanos)

Dentre varias musiquetas, escolhi esta como minha favorita, mostra um pouco de como eu me sinto, as vezes... como me senti por muito tempo, antes de conhecer pessoas e cultivar amizades novas... Eu sou imprevisivel, e as vezes me arrependo do que faço... mas certas atitudes infantis não tem volta, aquele frio na barriga, aquele desgosto... o azedume do meu peito... queria dizer que eu gosto das pessoas que me rodeiam, por mais que sejam poucas, gosto de todos vocês... com respeito eu trato minha dor, e digo a vocês poucos leitores, arrependimento é bom, engrandece a alma.


Tire esse azedume do meu peito
E com respeito trate minha dor

Se hoje sem você eu sofro tanto
Tens no meu pranto a certeza de um amor,

Sei que um dia a rosa da amargura
Fenecerá em razão de um sorriso teu

Então a usura que um dia sufocou minha alegria há de ser o que morreu

Dai-me outro viés de ilusão
Pois minha paixão tu não compras mais com teu olhar

Leva esse sorriso falso embora
Ou fale agora que entendes meu penar

A lágrima que escorre do meu peito
É de direito pois eu sei que tens um outro alguém

Mas peço pra que um dia se pensares em trazer-me seus olhares
Faça por que te convém

O preço (engenheiros do havaii)

"E agora eu pago os meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez
Eu pago os meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez
Pensei que era a liberdade
Mas na verdade eram as grades da prisão
Mas na verdade eu me enganei outra vez...
Mas na verdade era só solidão..."

Como termina?

Tudo termina, sem explicações
Meu desejo, meu amor
Todo o papo:
“tudo para dar certo”
não foi lembrado
Tanta frieza e distancia
Tanto afago, tantos versos
Fomos duas pessaos que se olharam com carinho
E com tal carinho, dormiamos um sono profundso,
em algum momento eu te quis e insisti
Mas agora, o vazio das entranhas não quer ninguem...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Eu, o poeta

Sou um poeta desumano
Amargurado pelo tempo
Amaciado pelos desejos
Carente, sonolento, desatento
Eu tremo um pouco
quando estou ao lado da morte.
Meus ideais perdidos em paginas em branco
Minhas lembranças esquecidas num caderno
Envelhecido e amarelado pelo tempo
Que não perdoa os velhos amigos
Que se afastam e jamais voltam.

Sou o poeta desgraçado
Que não sabe por que escreve
E não tenho motivos para isto.
Derrubo meus sentimentos
No chão, para depois catar...

Sou um completo perdido
Não chego nem a ter experiências
Concretas de vida, mas adoro falar da morte
minha amiga e companheira
Que ate hoje não me abandonou