sábado, 29 de novembro de 2008

Recife(final)

Sou o maior dos poetas falidos
Sem futuro nesse chão batido
De terra massapê
Aonde a cana nasce em abundancia.
Sinto o cheiro fétido das ruas da cidade grande
O cheiro da maré cheia, do sargaço.
Oh Recife, Minha pátria...
Ergo minha bandeira da amargura
Com corda de loucura
Pronta para me enforcar.

Passeio de ônibus, pelo Cais de Santa Rita,
Escuto o baque repetido dos maracatus
Na grandiosa Rua da Moeda
Leio João Cabral de Melo Neto
Nos becos do Mercado de são José.

Nossas praias poluídas
De inestimável beleza.
Nosso endemismo popular,
Cultura miscigenada.
Ódio perambula nos olhos alheios
O pobre sertanejo severino.
Tantos caranguejos, oh Josué.

Recife não tem nada, não dá o ar de sua graça.
Para míseros guerrilheiros holandeses
A pátria nasceu aqui, ou em qualquer lugar.
Oh linda vista, tão poluída e asquerosa
Cheia de ratos e cobras,
Leões rugindo tão alto.
Nova Roma de fracos guerreiros
Que lutam por suas vidas miseráveis
No Bairro da Boa Vista...

Suas cores e listras tão vivas
Suas crianças, amantes.

2 comentários:

Dayane disse...

Tih do céu ! que poemaaa, sinceramente linguagem requintata, forma e o uso da linguagem poetica perfeita. Parabéns. Continuo insistindo na sua perda de tempo e desperdicio em nao publica-los.

parabéns mesmo.
vc tem sucesso.

Dayane disse...

o ponto chave, pra mim, foi esse : Nossas praias poluídas
De inestimável beleza.
Nosso endemismo popular,
Cultura miscigenada.
Ódio perambula nos olhos alheios
O pobre sertanejo severino.
Tantos caranguejos, oh Josué.

mas todas as passagens do poemas da um leque de analises.
to deslumbrada mesmo.