Não gosto da ideia das super poesias,
daquelas bem trabalhadas,
talhadas como madeira,
polidas como vidro ou lataria de carro.
gosto muito menos de escrevê-las,
de desperdiçar meu tempo com elas.
as admiro, as devoro,
sinto muito prazer em tê-las por perto.
mas não é da minha natureza sã,
produzi-las, vivo em pé de guerra
com os amantes da poesia correta.
não existe metrica certa,
nem rima rica e bela,
nos pobres pedaços de papel
em que rabisco meus escritos.
gasto meu precioso tempo
dividindo ideias
em dezenas de pequenas vadias.
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Um comentário:
poesia deve ser algo que sai de forma espontanea
e não algo planejado, como se fosse um projeto de arquitetura.
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