terça-feira, 27 de julho de 2010

Poesia anarquista 17

Não gosto da ideia das super poesias,
daquelas bem trabalhadas,
talhadas como madeira,
polidas como vidro ou lataria de carro.
gosto muito menos de escrevê-las,
de desperdiçar meu tempo com elas.
as admiro, as devoro,
sinto muito prazer em tê-las por perto.
mas não é da minha natureza sã,
produzi-las, vivo em pé de guerra
com os amantes da poesia correta.
não existe metrica certa,
nem rima rica e bela,
nos pobres pedaços de papel
em que rabisco meus escritos.
gasto meu precioso tempo
dividindo ideias
em dezenas de pequenas vadias.

Um comentário:

Pati disse...

poesia deve ser algo que sai de forma espontanea
e não algo planejado, como se fosse um projeto de arquitetura.