sábado, 17 de julho de 2010

Poesia anarquista 14

Poesia sem forma
sem cara, nem máscara.
não usa sapatos,
nem veste roupas.
não é abstrata,
muito menos concreta.
nem se sabe o soneto,
das lunetas modernistas.
poesia sem rima.
nem é romântica.
passa longe das métricas
certas.
não escuta-se cornetas,
nem harpas, nem nota alguma.
não existe homem de barro,
nem costelas de adão
fazem parte da trama, criação.
os carpinteiros demitiram-se
os floristas morreram.
sem mulheres, e filhos futuros.
esta poesia é única
muda todo dia, todo dia muda
a muda que planta
uma nova ideia no chão
não casa, nem caça.
não segue estradas pré-prontas.
espontânea cria
que rasteja no não
da poesia anarquista.

Um comentário:

Pati disse...

e é sem dúvida a melhor forma.
que me perdoe olavo bilac, mas a poesia anarquista, marginal ou como qualquer pessoa queira chamar é a mais gostosa de ler.
tanta métrica cansa.