quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Auto-reflexão

Não consigo dormir com este sentimento de culpa circulando em meus pensamentos. Eu não sei se deveria esclarecer para mim mesmo o que sinto, ou se deveria deitar novamente em um divã para tentar achar a resposta. Não acredito no poder de nenhum deus, mas agora tremo de medo por não acreditar em nada. Refugio-me nas poesias dos que escrevem tão bem, sinto vergonha das porcarias que estou acostumado a escrever. Sinto-me como um fracassado, e que todas as minhas tentativas de construir uma relação com outra pessoa sempre falham drasticamente. Acredito agora que nenhuma estrela esteja olhando para mim, e acredito que ninguém esteja pensando em mim neste exato momento. Mas eu passo tanto tempo pensando em algumas pessoas, que nem sei se elas merecem tanto desperdício de tempos. Sim, minhas poesias tornam-se refúgios mais bem elaborados, pois acredito no poder que elas exercem sobre minha vida um tanto medíocre. Não vivo uma tragédia Shakespeariana, não morro de amor por ninguém, não vejo o espírito morto do meu pai (mas bem que eu queria de). Muito menos vivo uma comedia shakespeariana, nãos costumo rir ou sentir felicidade. Os braços reconfortantes de um abraço, não me esquentam com a facilidade como deveriam. Nem quando amo, os olhos brilham como deveriam. Nem quando choro, as lágrimas escorrem verdadeiramente. Nada que deveria acontecer anda acontecendo, e eu me sinto perdido, em busca deste refugio que é minha mente melancólica. Mas a culpa não diminui quando eu escrevo estas frases desconexas, o desespero não acalma com as metáforas e rimas. Gostaria de ter uma conversa franca com amigos, gostaria de contar mais sobre mim, e eu penso, que isto é um confessionário, mas idealizo este papel como um divã pessoal. Dr. Paulo estaria orgulhoso da minha auto-reflexão. Temi a morte e a solidão por anos tão longos, chorei por tanto tempo a morte de meu pai que acho que encarei com mais facilidade o outro marco mortal em minha vida. O arco e os astros movem-se em direções obscuras, e eu temo o caminho que eles vão traçar para encontrar seus destinos incertos. Meu destino incorreto, meus desejos mortais.

Um comentário:

Pati disse...

Reflexões não são fáceis de fazer, mas ajudam muito.
Seria um estágio para "estou me conhecendo melhor"

Gostei muito da sua ;D