quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Poeta Anarquista 11

Chega de shakespeare
Não quero ler mais Fernando Pessoa
Nem recitar “versos íntimos”
Tenho que parar de decorar “dos três mal amados”
Sim, "Ismália" está no céu e no mar
Mas um poeta anarquista
Nunca pode esquecer
De continuar a escrever
Suas próprias odes
Inventar seus próprios heterônimos
Recitar seus próprios poemas
Poesia não é no papel
É no ar, rodeando a cabeça de quem escuta
Poesia anarquista é aquela sem rima
Nem verso de tinta
É aquela que acerta a boca do estomago
Dá aquele nó na garganta
Esqueça shakespeare
Esqueça Baudelaire
Esqueça Rimbaud
Esqueça Drummond
Esqueça todos os heterônimos
Mas não esqueça o poeta interior
Quente como vísceras em fogo
Poesia anarquista é aquela que acontece
Não se esquece

2 comentários:

Pati disse...

É isso que eu gosto na poesia anarquista, esse descompromisso.
Quem escreve não se importa com forma, estética, rimas, versos...
E pra quem lê, e não é acostumado, no fim acaba gostando.
Eu gosto muito (não é a toa que Leminski é um dos meu preferidos!)
E as vezes as pessoas ficam tão preocupadas com a montagem de um poema que acabam esquecendo de realmente passar o que é pra ser transmitido/sentido.

Gostei de volta das poesias anarquistas.
E essa aqui está um pouco diferente das anteriores, mas tão boa quanto!!

;*

Pati disse...

Lendo esse aqui de novo, sabe o que me lembrou?
Poética do Bandeirão. ;D