Chega de shakespeare
Não quero ler mais Fernando Pessoa
Nem recitar “versos íntimos”
Tenho que parar de decorar “dos três mal amados”
Sim, "Ismália" está no céu e no mar
Mas um poeta anarquista
Nunca pode esquecer
De continuar a escrever
Suas próprias odes
Inventar seus próprios heterônimos
Recitar seus próprios poemas
Poesia não é no papel
É no ar, rodeando a cabeça de quem escuta
Poesia anarquista é aquela sem rima
Nem verso de tinta
É aquela que acerta a boca do estomago
Dá aquele nó na garganta
Esqueça shakespeare
Esqueça Baudelaire
Esqueça Rimbaud
Esqueça Drummond
Esqueça todos os heterônimos
Mas não esqueça o poeta interior
Quente como vísceras em fogo
Poesia anarquista é aquela que acontece
Não se esquece
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2 comentários:
É isso que eu gosto na poesia anarquista, esse descompromisso.
Quem escreve não se importa com forma, estética, rimas, versos...
E pra quem lê, e não é acostumado, no fim acaba gostando.
Eu gosto muito (não é a toa que Leminski é um dos meu preferidos!)
E as vezes as pessoas ficam tão preocupadas com a montagem de um poema que acabam esquecendo de realmente passar o que é pra ser transmitido/sentido.
Gostei de volta das poesias anarquistas.
E essa aqui está um pouco diferente das anteriores, mas tão boa quanto!!
;*
Lendo esse aqui de novo, sabe o que me lembrou?
Poética do Bandeirão. ;D
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