segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Parei de escrever, passei a recitar

Escrevo por pura força do habito de pegar a caneta e perfurar o papel
Escrevo por necessidade, não por vontade
Eu odeio escrever
Mas mesmo assim estou eu aqui novamente
Escrevendo o milésimo poema da tarde
O bilionésimo verso do dia
Escrever para as estrelas
Para as nuvens
Para mulheres e amigos
Preciso escrever e manter-me atualizado com minhas próprias idéias
Não posso deixá-las escapar, nenhuma!
Mas eu odeio escrever!
E por isso passei a recitar mais meus poemas em vez de escrevê-los
Em vês de guardá-los em papeis que um dia vão rasgar
Recito versos para o vento levá-los para longe
Para que muitos possam escutar
O vento se agrada e nunca para de soprar
Para longe de mim
Meus poemas esquecidos
Meus versos renegados
Não quero mais guardar tanta porcaria,
Papeis juntam poeira
E eu não quero ter que limpar
Sou preguiçoso
Por isso parei de escrever, parei de recitar
Mas preciso voltar, pois parei de viver.

Um comentário:

Pati disse...

As palavras para um poeta (sejam elas escritas, faladas, pensadas...) é como uma tela para um pintor, um regador para um jardineiro...
É essencial.
E por mais que um poeta queira abandonar isso, é impossivel.
Pois faz parte de tudo que existe nele. Um poeta faz poesia sem querer, nos simples gestos, nas palavras ditas em qualquer situação.

É como ar, impossivel viver sem.