quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Proteções do amar

Talvez a armadura
Protestando contra mim
Queria mesmo se rachar
Para ver você sorrir

Talvez o escudo protetor
Esteja estilhaçado
Depois de tanto dizer
Chega pra lá

As vendas que cobrem
Os olhos esbugalhados
Rasgam pouco a pouco
Para ver você passar

São tantas proteções
E armadilhas contra
Que me fechei em minha alma
E lá permaneci escondido

Tão pequeno e vergonhoso
Sinto-me agora
Desprotegido e desnudo
Procurando com o que me cobrir

Com medo de morrer
Talvez eu volte atrás
E corra contra o tempo
Preto e esfumaçado

São tantos os erros do passado
Que as placas de aço
Não cobrem o esquecer
Batendo no corpo esburacado

E essa alma sorridente
Que estava junto a mim
Posta de lado
Pois se a chorar

E minha alma enjaulada
Arranhava minha proteção
Querendo sair
Para ver o sol nascer

Eram tantos momentos
Que a proteção quebrou
Agora junto os pedaços
Por que nada acabou.

Um comentário:

Pati disse...

É incrivel que por mais que a gente goste de amar, temos um medo absurdo dele (falo por mim)
Sei lá, esse medo de não dar certo, de ser jogado de lado, de no fim tudo da errado..
E o mais engraçado é que ao dar certo, esquecemos esse medo, jogamos ele pro mais fundo baú, até que ele nos "cutuca" de novo.

Se as coisas fossem mais fáceis, durariam mais.

Mas o negócio é mesmo quebrar esse revestimento, toda essa proteção e tentar. ;*