sábado, 21 de março de 2009

Mãe Serpente

Sou filho da serpente
Devoradora de cadáveres
Sorridente, cuspindo seu veneno pelo mundo.
Bebendo deste sol decadente
Sugando força do vinho
Rasteja pelos caminhos da vida
Roendo as raízes robustas
Comendo os frutos da morte
Mata sua sede com seu próprio sangue
Condena a lua e as doze velas
Invocadoras sorridentes
Encantadora de serpentes
Morde, rasga suga
O pescoço da pobre fúnebre concorrente
De tão célebre mata a fome e o desejo
Minha mãe, o monstro reluzente
Que brilha mais que fogo morto.
Devoradora de bestas astrais decadentes
Correntes do acaso
Presas em suas caudas
Estacas de prata em suas mãos
Olhos deprimentes
Transmite o medo, o caos a agonia
A mãe serpente
Derrama seu veneno pelo mundo
Transforma todo bom cristão
Em cão...

Um comentário:

Pati disse...

esse tá tão bem escrito.
lembro dos rascunhos dele, e você tentando lembrar como era.