Com a boca cheia de algodão
E os dedos cheirando a formol
Observo o guardião do cemitério
Fechar os portões, para encerrar o funeral
Os vivos de luto caminham de volta
Para uma vida sem sentido...
...sem sentimento
O preto do céu
O calor das velas que foram acesas
O perfume das rosas em cima de meu caixão
Sinto-me só...
Agora os moribundos que vagam por estes lados
Acordam todos os dias com um frio na espinha
De que vão me acompanhar
Deitar-se-ão ao meu lado nas sepulturas
De suas vidas medíocres
Estou aqui preso, condenado a sofrer
Sinto o veludo com a ponta dos dedos
Agora não vejo mais nada
Nem se quer sei se ainda consigo sonhar
Não consigo lembrar o sabor de seus beijos...
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Um comentário:
não gosto da morte.
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