Aquele sorriso no rosto
Pintado com a maquiagem da mãe
Os olhos do pai, a orelha da mãe.
O orgulho esquecido e impedido pela morte
A arrogância estampada e colorida
O sarcasmo passado de pai para filho
O medo bem conhecido de dizer adeus
A quantidade de livros não lidos
Poemas que deixei de escrever
Xícaras de café que joguei na pia
A estranheza de amar, sempre algo novo
De ver as fases da lua, o nascer de um novo sol
De piscar contra o vento
De rir na hora errada.
Estive trancado, por muito tempo
Em uma cela de amargura,
Decorada com a lembrança
De dias não vividos, de sombras grotescas
Vivi por muito tempo, sem horizonte
Sem chão nem coração
Iludido, com a acidez do destino
Espantado com a nudez do mundo
Admirado com a ironia do mudo.
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