segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Poesia anarquista 19

Onde escondeu-se a poesia
Empoeirada no canto da parede
Que eu guardava para a poesteridade
Esquecida na dor que um dia esvaiu
Das mãos fracas do sábio ancião.
Onde coloquei o livro
Que demorei a vida para escrever?
Meu filho nasceu
O folego abriu
O menino chorou
E quero ler ao mundo, fazer brilhar o poema
Eclodir no dia e ecoar no mundo
Uma louvação ao nada
Pois a miséria dos meus pensamentos
Encontrou um solo fértil
Para plantar esperança
De tanta coisa dita em vão
De tantos prantos em adoração
Pagã de coisa futil
Poemas congelados
No vacuo de um acontecimento

Nenhum comentário: