terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Aos caminhantes solitários

Aos caminhantes solitários, que trilham lentamente seu caminho
Não existem maquinistas, nem carvão queimando,
Só existe a persistência, a vontade das pernas de ferro em continuar
Nada faz diferença, grilhões, algemas ou barras de segurança
Não vamos ser detidos pelos trilhos enferrujados
Nem baixar a cabeça diante das alturas descomunais
As profundezas abissais, nem temeremos os leões das savanas
Não vamos ser mais cachorros que ladram e nada fazem, morderemos!
Não vamos ser derrotados, não enfraqueceremos, venceremos!
Praias desertas, campos de soja, florestas tropicais e perigosas, atravessaremos!
Nada vai impedir que o povo avance, nem que seja lentamente!
Já posso ver o brilho de nossos olhos, o branco de nossos sorrisos
E o cheiro acre de nosso suor. Posso ver nitidamente a felicidade que tantos almejam
Não curvaremos nem beijaremos o seu pé, vamos receber cada tapa no rosto como se fosse o ultimo
Mesmo que tenhamos certeza que ele foi apenas o primeiro!
Sei que o que digo parece utópico, impossível.
Mas sei a dureza e a dificuldade em acordar todos os dias dos sonhos mais coloridos e belos
Sabendo que nada fazemos para mudar nosso destino.
E é por isso que não olharemos para o futuro, nem para o passado
Viveremos o hoje, não o sonho, não a dor, viveremos o hoje.

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