terça-feira, 30 de março de 2010

Fuga

Sou protagonista da minha propria fuga
tenho medos constantes de ser assassinado
meus livros pegaram fogo, minha musica secou
minha alma chorou e eu não soube o que dizer
aprendi muita coisa na vida, menos a amar
sou covarde, homem, tenho medo
minha fotografia em cima da mesa, mofou
meus sonhos e pesadelos se confundem a noite
tenho medo de ser assassinado
da mulher proxima, me esfaquear com mentiras alheias
sou protagonista da minha propria vida
e quero fugir dela, não quero me distrair
não quero ver o mar recifense azuelar e se alegrar todas as manhãs
quando o sol das 4 e 55 o tocar.
não quero sentir o alcool azedar na minha boca
o pó queimar minha narina, ver o sangue pingar
o cigarro encher meu pulmão de cancer
tenho medo de morrer, e muito de viver
escrever poesia, é me aliviar, tirar o peso das costas.
Não falar, não julgar, não transar
é brigar internamente.
perco o sono, o apetite, a vontade de chorar
ganho o medo, o trauma, a dor
cada verso e cada rima, que escrevo pensando em alguem
são extremamente sofridos, um parto matinal
sou protagonista da minha propria morte
da minha propria solidão, da minha propria indecisão
eu criei meus demonios, e joguei as espinhas na cara
tenho que ri para longe
rir um pouco do acontecido
aprender, seguir, sorrir....

segunda-feira, 29 de março de 2010

Velho

estou definhando
minha cabeça não
é mais a mesma
meu sono não me acompanha
vejo o sol nascer todos os dias
não sinto real necessidade de dormir
de comer, de viver...
não quero sonhar, não quero transar
não quero livros de filosofia,
muito menos estou pronto para Literatura Russa
estou morrendo a cada dia, sinto meu corpo apodrecendo
minhas ideias se ofuscam
meus ideais ficam velhos e caretas
é, estou ficando velho!

sábado, 27 de março de 2010

Do meu trono

estou tirando minha luva de pelica
não vou mais simplesmente e só lhe desprezar
vou afundar você em seus pensamentos mais sombrios
a noite agora é mais longa que a espera
tenha medo do que está para acontecer
os pesadelos ganharão forma
e as sombras se erguerão
eu não temo pela tempestade que se aproxima
eu não temo a morte
porem garota, não se aproxime dos charcos do meu pensamento
você se arrependerá e se aprisionará nas armadilhas
tentará fugir e seus pés vão se afundar na lama do desespero
do meu trono dourado, vou observar...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Amigo meu, você que mora longe

Assim amigo seu, vou e volto, fico e saio
esqueço, forço, crio o completo tedio

As cartas do baralho já estão marcadas
minhas fichas acabaram
já choro de tristeza e magoas passadas
você me carregou, mas nunca me crucificou
eu que te amei, como se fosse um irmão
profeta do apocalipse, cavaleiro do fim
eramos dois malucos brincando de ser heroi
nos jogos de tabuleiro, nos livros de amor.
eramos dois adolescentes pequenos
ue não viamos o céu, e a loucura chegar
hoje você é pedro, e eu vou pra outro lugar

...

você que chora ao meu lado
saiba que choro tambem, a sua perda
a sua dor, ao seu apego
chore no meu ombro amigo
mesmo que no desconhecido alguem

Contos de fada

Tenho medo do lobo mal com seu sopro vão
e da carochinha e seus contos infernais
fujo correndo pulando a cerca, matando as fadas
quebro os sapatos, esmagando as abooras
pego a espada e enfio no feito da maçã
tenho medo da minha propria sombra
e do pó de pirlimpimpim
tento desesperado construir uma casa de tijolos
mas as bruxas más se aproximam com suas fantasias angelicais
os demonios dos meus sonhos mais horripilantes
batem a minha porta
eu sou um completo louco varrido
para de baixo do tapete alado
de uma Scheherazade qualquer...

Crise de abstinencia

me falta, poesia, musica, pó e água
estou morrendo de tedio
mas namoro o tempo passar
da janela do escritorio
vejo os livros voarem
da escada na sala de jantar
vejo as visitas partirem
sem esforço para que fiquem
no mue quarto me tranco
e jogo a chave goela a baixo
estou em crise de abstinencia
estou sem mulher, sem rima, sem prosa
estou sem relogio, sem hora sem pressa
estou no perigo amargo do estar atordoado
estou sofrendo, e das minhas veias pulsando
vicio e veneno
baralho e recado
livro de poesia mal escrito e inacabado

O que os amigos me dizem

um dia, um amigo me disse
"quando eu era jovem, assim como você"
mas hoje outro amigo me disse
"acho que estamos ficando velho, tu não concordas?"
mas o que eu digo para eles?
vou fazer minha barba e ver no que que dá!

Rachadura nas lembranças

é apenas o fim
lembranças são eternas
e duram enquanto a sanidade permitir
pode ser trauma, te esquecer
é uma das tarefas mais dificeis
mas a cada esquina vejo seu semblante
no rosto de outra garota
pode parecer cliche
mas o que realmente é
é o fato de não ser
doi a eternidade solitaria
dos dias sem ti
gloriosa tardes de domingo
com lágrimas nos olhos
tempestuosos sabados a noite lendo Fernando Pessoa
calmas segundas pela manhã
quando eu realmente percebo que já foi
terças cinzentas, quartas azuladas
quintas ensanguentadas, sextas alcoolicas
tudo me sooa você, me reflete o sonho
que foram 3 anos, mas todo espelho racha
e toda alice passa

terça-feira, 9 de março de 2010

Pepita de ouro (para Julia)

Julia, pepita de ouro
bruto, sujo, puro sangue
diamante sagrado
das amizades eternas
que mal me apego
ao desejo de te amar
de te querer bem
amigos também amam
amigos também sofrem
amigos torcem, e torcem o nariz
amigos pelo simples fato de ser
amigo

O monstro que sou para você

Pra você
fui o monstro
debaixo da sua cama
de dentro do seu armario
dos seus piores pesadelos
não quis me amar, fui um simples amante
que o tempo perdurou
que você arruinou
agora, me traga como se fosse um cigarro estragado
diz que me ama, diz que me quer
mas no fundo,
quem sou eu se não o monstro dos teus sonhos?

Algo

Mas não é algo
imprescindivel
desnecessario
sofro um pouco
e depois relevo
a ignorancia de teu ser
a sua falta com a leitura
suas ideias religiosas
calmo eu fico sentado
esperando a familia passar
atordoado eu percebo que acabou
calado eu vejo a banda tocar
a toada triste dos dias de sol
mas não é algo que acontece
é algo que é
mais profundo do que meu ser
percebo então, que o sol dormiu
a lua apagou
o livro acabou
assim como o poema secou...

O olhar do louco

O que eu quero mesmo é ser poeta
e todo dia que passa
eu quero mesmo é ser louco
e toda hora preenchida
descrevo o olhar do louco
sobre a poesia

sábado, 6 de março de 2010

Gosto das quadras

Gosto das quadras,
elas parecem bestas
e mal escritas
mas no fundo
são um báu de tesouro
bem amarrados
e cheio de surpresas

sexta-feira, 5 de março de 2010

Quadra a Solidão

É um ato solitário
que suja a rua
me sinto um otário
por não ser sua