terça-feira, 8 de setembro de 2009

Fênix

No fundo do oceano
Que era minha alma
Naquela noite
Eu chorava escondido
Estampava um enorme sorriso
No rosto envelhecido
Que dado a tapa
Avermelhado
Sorria alegremente
Gostando do que acontecia
Masoquista de primeira
Menino de segunda
Em plena quarta-feira
Um poeta de feira
Que colhia os frutos
Em brancas passagens
De vida alheia
E de tanto pensar coisa feia
Queria gritar na beira de um precipício
Que o fundo da alma
Era pequeno e frio
Sem graça
Lá eu ficava sozinho
Estava sem mimo
Com pouco carinho
Arranhando as palavras
Do meu coração
Com giz de cera
Quente de vela fria
Como a alma linda
De uma sereia
Que cantava sem jeito
Em meu leito de morte
Tão forte era a dor
Que sem por o pé no chão
Eu viajava alem dos mares
Com tantos ares
Sobrevoando minha cabeça
Mas nela não havia nada
Caia pesada
No fundo da alma acabada
Encantada com tanta beleza
Que uma simples quinta-feira
Podia trazer para o quadro da sala
Para o jarro chinês cheio de flores
Coloridas com aspirinas
De tanta babaquice
Que eu tinha para falar
Mas no oceano longínquo
Que a jangada deixava levemente
A ventos quentes
Algo ainda repousava
Mas como uma fênix
Iria queimar em cinzas
E renascer mais frágil
Viver essa rotina louca
Dos sentimentos de alma
Poeta lacrimoso
Aprendendo a ser gente
Comum e besta

2 comentários:

Pati disse...

Suas rimas estão melhorando muito.
tá criando gosto pela coisa mesmo hein?

Quase um Cabral de Melo Neto.

;*

Isis disse...

Perfeito *.*