sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Queria entender

Queria entender a mente criativa
Quais os mecanismos que ativam
Certa criação.
Grandes barreiras imaginarias
Metralhadoras de versos.
Queria entender a mente poética
Que escreve tudo o que vê
Mas quando força, apaga.
Quais os gatilhos de tanta ânsia
O que motivam esta fome.
Quero aprender, e aceitar...
Não me achar um completo anormal
Vivendo tão normalmente
No meio de tantos pertences.
Quero entender como eu posso pensar
Para aceitar que logo posso existir.

Alcir

Eu me lembro de uma festa
Nos arredores da UNICAMP
Aonde um homem me deu atenção.
Eu deveria ter uns cinco ou seis
Mas me lembro do sentimento de igualdade
Pintamos alguns desenhos
E ele me contou algumas historias,
Isso já faz muito tempo.
Pois hoje sei, já sou um homem.

Os livros e as estações do ano

Você tem as mesmas duvidas que eu?
Lembra dos mesmos momentos?
Chora pelos mesmos motivos?
Vive a mesma dor?
Hoje sou mais maduro e vejo como perdi tempo
Como era menino, e como tudo era doce.
Escuto aquelas musicas que me lembram você
Deito na rede observo as nuvens passar
Pois o tempo não voa nas asas de um avião
E nem caminha como um quelônio.
Já fazem alguns livros que partisse
E me deixasse para trás, não se preocupe
Ainda tenho os sonhos de verão
Perdidos em noites calorosas,
Invernos esquecidos, folhas caindo.
Como na primavera poemas nascem disto tudo.

Café

Estou tomando uma xícara de café
Este vicio que eu aprendi a ter,
Assim como um cafuné
Relaxa e descontrai os músculos.
Açúcar e mel adoçam minha fé
De que terei uma noite sem pesadelos.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

São os poetas?

Irei beber como os deuses
Comer como os bárbaros
Amar como os poetas.
Desfrutar de minha paz interior,
Observar o meu totem animal.
Eu vou parar aonde ninguém foi
Desgrenhar a mata de pensamentos
Nadar na praia de sentimentos.
Irei me deliciar com o canto das cigarras.
São os deuses que me fazem pensar assim
E os bárbaros me fazem agir assim,
Mas são os poetas, verdadeiros?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Jesus o Cristo

Como enfeite, carregamos nossas cruzes.
Damos a nossos filhos as coroas de espinho
Perfuramos nossa alma com uma lança
Mesmo sem perceber, seguimos o mesmo caminho.

Como um espelho, agimos.
Cometemos os mesmos erros
Dia após dia, gota de sangue após gota de sangue.
Pela Via Crucis chegamos a calvário.

Seguimos suas palavras
Somos todos tão cego,
Enxergamos milagres
Comemos a carne, bebemos o sangue.
Contamos historias de ninar.

A sombra do Colosso

Vendi minha alma para os deuses
E caminhei sozinho
Pela grande ponte da vida
Cruzando os vales vermelhos.
Uma enorme sombra sucumbia ao meu lado
Um gigante surgia, e me acompanhava.
Vá guerreiro,
Monte seu cavalo companheiro,
Guie minha morte, sufocante.
È inevitável atravessar os desertos
Escaldantes e infindáveis.
As 16 sombras corroíam meus ossos
E me transformavam no que sou.
Os 16 grandes espíritos colossais
Habitavam meu mundo, ínfimo.
Acho que tenho a força necessária
Para olhar o horizonte passar.
O passado incerto,
Pessoas em ruínas
Deuses decadentes
Colossos ascendentes...
As águias e pombas me acompanham.
Em minha jornada da alma
Recuperá-la-ei em nome de nosso amor.
Carreguei até aqui,
Meu fardo mais brilhante
Num momento interessante
Mergulhado em lagrimas.
Subi ate o éden só para te ter.
Troquei minha alma com deuses.
Para te ver viver novamente.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A arrogância

A arrogância:
É um boçal
Cigarro de maconha
Que de tão imoral
Tira-me do serio
E eleva o astral.
A arrogância,
Colorindo meu dia
Sarcástico e ignorante
A irrelevância disso tudo
Faz-lhe perceber
Que o mundo gira ao redor
Do eixo paranóico
Da existência do querer.
Desista de saber
Aquele indisposto
Discurso mouco
De andar louco
Com feridas no osso.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Amigo Natan

Bebo cerveja com você
Sem me importar com
Os problemas banais.
Jogamos conversa no monte
De um jogo bem jogado
De baralho do diabo.
Quantas noites chuvosas
Foram necessárias para
Dar o xeque mate?
E quantos litros de coca-cola
Escrevemos juntos
Nos churrascos de domingo?
Meu amigo, quantas lembranças
Que eu posso guardar de você
Sem nunca nem se quer pensar
Em me esquecer de você.
Filosofias baratas de vida
Viagens de carro, para longe
Ou para bem perto.
Confraternizações com
Outros Bons amigos.
E quem disse que a distancia
Seria um diminutivo,
Das verdades sinceras
Talvez a falta que fazes,
Não chegue até você...
Mas nos reencontros banais
Vamos nos abraçar
E olhar pra trás, rir um pouco,
Jogar e beber.


Essa é, foi e será uma daquelas amizades, que às vezes você nem entende o porquê de existir, mas está lá lado a lado sem se importar com nada, olhando o tempo passar...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Guerra interna

Sou um veterano de uma guerra perdida a muito.
As cicatrizes em meu corpo como tatuagem,
O capacete verde escuro, a roupa malhada,
O sangue espirrado no rifle de combate.

Minhas trincheiras são maquinas de escrever.
O estopim de meu confronto interno, foi você.
As batalhas perdidas ao longo dos pesadelos
não são meras lembranças de tudo que passamos.

Acredite... A derrota tem gosto amargo
Asfalto, lama, álcool.
As tatuagens agora não passam de cicatrizes.

Aquela luta de espadas, da qual travamos com apenas olhares.
Pedaço de papel, giz de cera, fiz um presente.
Que hoje deve estar no fundo do baú, abandonado.
Você é meu inimigo? Amigo? Amor?

Meu lápis HB, escreve você passo a passo,
Curva a curva, eu não posso te esquecer.
A virada da ciranda da vida, não pode terminar de passar.

sábado, 18 de outubro de 2008

Desconforto

Ando tão desnorteado, alcoolizado
Que posso te dizer:
Dormir numa rede não traz felicidades
Ouvindo as trombetas celestes
Os anjos passeiam no leu,
Bebendo licor de mel
Própolis na acrópole
As dores de garganta querem dormir...
Dominar minha vida
Vou desligar tudo e ir para aquela rede que me traz conforto, mesmo sem felicidades

Cabisbaixo

Porque ando tão cabisbaixo
Olhando as imperfeições do chão
Contando passos
Pergunto-me coisas que não sou capaz de responder agora
Estou dormindo, caminhando pelas avenidas comerciais.
Estou acordado, correndo livre em alguma praia deserta
Filosofia de vida
Apatia do dia
Ando tão cabisbaixo, e sem perguntas para as minhas respostas.
Vou envelhecer, e morrer antes do fim da ida?
Não tem volta neste caminho
Destruímos tudo e todos
Estou morrendo na beira deste abismo,
Por favor venha me ver antes do Fim do dia.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Não cobre de mim

Não cobre de mim o conhecimento
Daquilo que não me foi disponível aprender.
Não peça lagrimas,
Quando me ensinaram a ignorar.
Aproveite para me ensinar
Como arranhar meu próprio coração,
Quando estou disposto a apenas
Cuspir no chão, encerrando a passagem.
Novamente vou pedir que não me cobre:
O que eu não aprendi a fazer,
Rir de cenas engraçadas do quotidiano
Chorar das tristezas amargas.

Venha conversar comigo, mas não aguarde vasos de flores.
Não me julgue, de frio ou duro.
Cada um sabe o que cultivou no jardim das emoções e sentimentos
Se vou me entristecer, se vou sorrir,
Obrigar-me a sofrer, só vai alimentar minha indiferença.
Não quero ouvir os sinos badalarem, e nem ver o carro passar.
No final da estrada, encontra-se um homem,
Barba por fazer, cabelo desgrenhado, um pouco bêbado.
Esse homem sou eu, acredite!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Poeta anarquista 10

Não há mistérios em minhas palavras.
Não os mesmos mistérios escondidos
No universo, imenso e inerte.
O desconhecido passa a ser engraçado
Olhando do lado de cá.
O lado da loucura e da graça.
Somos peculiares, e nossos cabelos engomados,
Agora estão bagunçados e embaraçados.
Lemos prosas para relaxar
Enquanto escrevemos trechos de poesia
Para tragar junto.
Estamos te esperando
Nós somos, quem você sempre chorou
Anjos do firmamento
Carregamos as fechaduras de algumas portas
E escancaramo-las para que todos possam passar
E lá descansar.

Poeta anarquista 9

Somos como Cucos
Implantamos nossos desejos
Em sua mente fraca
E observamos de longe o estrago que faz
A destruição iminente
Alimenta nossa coragem
Salienta nossa imagem
De loucos descomunais
Dançamos pisando em cabeças
Que choram em desespero
Estamos lendo os livros da morte
Conhecendo seus rituais
Nós vamos levá-lo
Para o fundo do abismo negro
Sem remorsos...
Silencio!
Sente o medo?

Parar...

O primeiro cigarro que você coloca na boca, da aquela sensação de alivio. O desespero vai embora, as lembranças tristes são substituídas por baforadas fedorentas, de tabaco e amônia. O ritual, de acendimento de um cigarro, riscar o fósforo, o braseiro acende e a fumaça entra. Agora não tem volta, você já acendeu 14 cigarros e se pergunta o por quê? Acende o 15° aspira metade de suas impurezas e grita para os céus. Agora a fumaça que é substituída por desespero.
Respire, engula, cuspa, trague, chore.
Agora acende um cigarro invisível, toda a noite lembrando de tudo que era bom. Está deitado na cama, corroído de desejo. Não sabe se vai comprar um maço de cigarros ou se chora em vão. Toda a fumaça e o desespero camuflados em um só, dão lugar para um único sentimento, culpa.
Parece fácil! Todos acham no começo, vou olhar para o horizonte e vomitar. Porem parar de fumar é tão difícil como parar de comer carne, ou de beber refrigerante, você sabe que faz mal, mas aproveita os benefícios cedidos naquele momento. Sofre toda noite por não fumar mais, esquece até do café. Não sabendo o que fazer, se contorce na cama até dormir e lembrar que um novo dia nascerá em poucas horas, e toda a angustia nascerá junto com ele.

domingo, 12 de outubro de 2008

Poeta anarquista 8

Soltamos fumaça pelas narinas
Vagarosamente, pois antigamente
existira um cigarro
Bebemos o álcool, para perpetuar
Imagens em quadros
Nas galerias de nossas lembranças
Assistimos à ventania
Com um sorriso no rosto
Observamos as ondas do mar
Com a intenção de secá-las
Caminhamos na beira mar
Contando as pegadas
Apagadas pelo tempo
Vivemos sem propósitos
Um vermelho eternizado em praças publica.

Poeta anarquista 7

Estamos prestes do fim
A beira da morte
Somos violentos assassinos
Empunhando facas de prata
Escrevendo em nossas peles
Versos enlouquecidos
Banhados com nosso sangue
Corremos na rua
Pelados para mostrar para o mundo
Como somos belos
Escrevemos no muro
Versos quentes
Que te lembra um quarto escuro
Seguimos dançando
Nus em folha
Carregando pinceis
Para perpetuarmos ideais
Anarquistas inveterados
Cantaremos Loucamente
Salmos para os desvairados
Lá na Espanha choraremos nossa morte

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Assim você chegou?

Assim você chegou, surgiu em minha vida em cartas abandonadas na encruzilhada… Que eu li sem medo, e me apaixonei logo de cara. Estava sóbrio, e continuava sóbrio quando escrevia a resposta. Tanta fumaça encobria seu rosto, tanto tabaco envolvia minha língua. A percussão de nossos corações ritmados, balançando em ritmos de êxtase. Mãos dadas dançando ao som dos “uh uh”, saudosos músicos que tocam melodias sacanas em nossas mentes,enquanto dormimos abraçados. Levados pelo embalo. Trancados em um cubículo suados, sujos e cheios de sacanagem. Amando vivamente. Cheirando os venenos mortais, fumando escondido. Pés descalços enterrados na areia da praia, Marias farinhas correndo livremente. Estávamos juntos. Não chore meu amor, Vamos para lá, jogando os braços e gritando bem alto, correndo da policia, Vivendo a vida.
Eu me lembro de suas cartas de amor, você estava tão longe… Tanta fumaça em seu rosto, dominando minha imaginação. Não sabia para aonde ir, fiquei sentado, Olhando para o sol pálido que gritava meu nome, e gravava em minha pele a sua cara como tatuagem. Era só uma ilusão, uma criação. E ali na encruzilhada eu deixei minha carta, para que um dia você pudesse ler, e saber que eu existo, e estou por ai. E você aonde esta?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Conferência sobre a Conservação dos Recursos Naturais,1908.

“Enriquecemo-nos pela utilização pródiga dos nossos recursos naturais e podemos, com razão, orgulhar-nos do nosso progresso. Chegou porém o momento de refletirmos seriamente sobre o que acontecerá quando nossas florestas tiverem desaparecido, quando o carvão, o ferro e o petróleo se esgotarem, quando o solo estiver mais empobrecido ainda, levado para os rios, poluindo as suas águas, desnudando os campos e dificultando a navegação.” Théodore Roosevelt, Conferência sobre a Conservação dos Recursos Naturais,1908.

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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Venha para uma Festa

Boa noite, bem vindos. Venha para esta festa, o momento onde a sociedade é hipócrita. Só quer se divertir e ficar bêbada com o sorriso no rosto. Ingênuo e babaca. A rapaz, veja bem isto é a democracia do crescer. Ricos e poderosos, medíocres todos juntos representam uma coisa maior. Ah como seria bom tomar banho de mar sem se preocupar se estou escondendo meu corpo o suficientemente bom. Lave sua alma e se afogue neste mar de ilusão, gargalhe nesta destruição.
Esta é a sociedade, hipócrita e divertida cantando as mentiras de nascer, e os lutos de viver. As crianças expostas para demonstrarmos nosso poder. Vãos dividir este pacote de biscoito, cheio de alegria e artérias entupidas num futuro próximo, vamos nos divertir. Rir.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Topo da cadeia alimentar

É vivemos no país dos assaltos a mão armada, da política ruim, e do nosso bom e velho futebol. Vamos trocar umas dicas, e seguir em frente. Época de eleição, ta na hora de pisar na cabeça do seu colega mais próximo, e só entregar aos santinhos para quem merece. Chute a canela de deus, é eleição, compre voto, venda candidatos.
Em um pais aonde os jovens com o privilegio de estar no topo da cadeia alimentar, fazem discursos de “não tem para que” “não vai mudar em nada”, sabemos também que são estas pessoas que depois de alguns anos vão encher a boca para falar, “eu não votei neste cidadão, olha o que ele fez com o país”. São pequenos gestos, os destes jovens privilegiados, estudantes das universidades federais e estaduais, a nata dos intelectuais...
Ser apartidario, anarquista, presidente, mendigo, muda em alguma coisa? Contribua com seu intelecto, com sua massa encefálica. Época de eleição, vote em quem merece, pois eu sei que o caos que eu semeio não merece ser lembrado. Quando estiverem com areia em deus bolsos de roupas chiques e caras. Vamos levantar e cantar. Protestar para ver se alguma coisa muda. Mesmo que os protestos sejam silenciosos, mesmo que seja um voto desacreditado. Mude sua cabeça para depois mudar o mundo. Você não esta aqui sozinho, e nem deveria pensar que está... tem muita gente atraz, olhando e esperando a sua vez. Agarre esta bola e passe ela para a frente. Jovens do topo da cadeia alimentar deveriam saber o privilegio que tem em estar nesta posição. Mas acho que já está na hora de caça virar caçador, e os predadores de topo virarem simples camundongos perdidos no deserto.